Como designer instrucional, você deseja criar treinamentos que façam a diferença para a vida do seu público. Treinamentos que os inspiram, que façam mudar de mentalidade e desenvolvam seu melhor desempenho. Em suma, você deseja criar treinamentos que sejam eficazes e alcancem os objetivos, sempre.
Agora, aqui está o desafio. Seus alunos são adultos com conhecimento prévio e ideias fixas sobre o que funciona para eles. São pessoas ocupadas e estressadas que odeiam perder tempo. Querem experiências de aprendizado que os ajudem a atender suas necessidades e alcançar seus objetivos.
Dito isto, para facilitar a aprendizagem e ser um designer instrucional efetivo, você DEVE entender como os adultos aprendem melhor. Ao criar qualquer tipo de treinamento e-learning, é importante basear o design em uma boa compreensão da teoria da aprendizagem de adultos.
O que é a Teoria da Aprendizagem de Adultos?
A frase “teoria da educação de adultos” é muito conhecida nos círculos de treinamento corporativo. Você sabe o que significa?
Primeiro, vamos dar uma de “caçadores de mitos”: não existe uma teoria de aprendizado de adultos. Existem várias teorias predominantes que explicam – de diferentes perspectivas – como os adultos aprendem.
Existem muitas teorias diferentes sobre a aprendizagem de adultos, incluindo: andragogia, neurociência, aprendizagem experiencial, aprendizagem autodirigida e aprendizagem transformacional. Todas essas teorias têm um objetivo: ajudam você a criar experiências de aprendizado efetivas para o aprendiz corporativo adulto.
Por que os designers instrucionais precisam saber sobre teorias de aprendizagem de adultos?
Essas teorias não são apenas uma coleção de jargões, conceitos e ideias sobre como os adultos aprendem. Elas ajudam você a planejar seu treinamento durante a concepção, desenvolvimento e execução, de forma a facilitar o processo de aprendizagem.
Aqui estão quatro razões pelas quais designers instrucionais devem conhecer as teorias de aprendizagem de adultos:
- Para criar relevância através do mapeamento de treinamentos com as necessidades de aprendizado percebidas;
- Para elaborar estratégias de instrução alinhadas com contextos de aprendizagem reais;
- Para escolher a tecnologia que melhor suporte a estratégia de instrução;
- Para planejar estratégias de instrução relevantes para estudantes de idade digital e “on-the-go”.
Teoria # 1: Andragogia: tocando na experiência anterior
De acordo com Malcom Knowles, criador da essência da teoria da Andragogia, alunos adultos diferem das crianças das seis seguintes maneiras:
- Necessidade de conhecimento: os adultos precisam saber “por que” eles devem aprender.
- Motivação: os adultos são motivados por motivos internos. Eles aprenderão se quiserem aprender. Por exemplo, uma resposta convincente para a questão “O que tem aí para mim?” é uma poderosa motivação interna.
- Disposição: Para os adultos, a disposição ou a prontidão para aprender vem da percepção da relevância do conhecimento. Eles querem saber como a aprendizagem os ajudará a melhorar suas vidas, e eles aprendem melhor quando sabem que o conhecimento tem valor imediato para eles.
- Experiência: os adultos trazem com eles ricas reservas de experiências que formam a base de sua aprendizagem. Eles analisam, racionalizam, sintetizam e desenvolvem novas ideias ou alteram as antigas através do filtro de suas experiências. Como designer instrucional, você deve aproveitar-se bem de suas experiências para ajudá-los a fazer conexões, perceber relevância e criar inspiração.
- Auto-direção: os adultos são indivíduos auto-dirigidos que querem se encarregar da própria jornada de aprendizagem. Eles são seres independentes que desejam sentir-se no controle.
- Orientação para Aprendizagem: os adultos aprendem melhor quando “fazem”. Eles encontram relevância na aprendizagem orientada a tarefas, que eles podem alinhar com suas realidades no local de trabalho. Além disso, exercícios orientados para tarefas exercem sua capacidade de resolução de problemas que, por sua vez, lhes dá a confiança de que podem conquistar seus desafios com seus conhecimentos recém-adquiridos.
Teoria # 2: Aprendizagem Transformacional: Criando Perspectivas para Momentos “UAU!”
Todos nós já experimentamos momentos “UAU!”. São aqueles flashes de inspiração que nos levaram a ver a realidade de novas maneiras. Momentos de sabedoria que mudaram radicalmente nossas mentalidades. Insights profundos que foram criticados por crenças e convenções de longa data.
Estas são experiências transformadoras que mudam nossa consciência. Como designer instrucional, você deve se esforçar para criar essas experiências de aprendizagem. Tais experiências despertam a mente, agitam emoções poderosas e deixam impressões duradouras. Muitos desses eventos provocam mudanças radicais em pensamentos, perspectivas, atitudes e padrões comportamentais – as “transformações”.
A teoria da aprendizagem transformacional explica como os adultos aprendem através desses momentos. A teoria está enraizada na crença de que o aprendizado ocorre quando o novo significado é transmitido a uma experiência anterior (Mezirow, 1990) ou um antigo significado é reinterpretado e visto sob uma nova ótica.
Na teoria da aprendizagem transformacional, existem três estágios de aprendizado:
- Identificação de um dilema ou uma crise: a percepção de que estávamos há muito tempo presos a crenças erradas ou que não sabemos o que devemos saber é muitas vezes um gatilho para escavar e desenterrar informações ou revisar nossas mentalidades e padrões de pensamento. Não saber ou perceber que temos a informação errada é uma crise profundamente perturbadora para todos nós. Você tem que apontar para seu público o que eles não sabem para torná-los curiosos sobre o seu treinamento.
- Estabelecimento de Relevância Pessoal: Este é o contexto ou a resposta à eterna pergunta “o que há em mim que inspira as pessoas e pode impulsionar o aprendizado?” O contexto pode ser pessoal, profissional ou social, e você deve estabelecê-lo no início do treinamento para estimular o interesse e reiterá-lo, muitas vezes, para manter os aprendizes ligados. Os adultos são motivados a aprender quando podem visualizar os resultados de seus esforços.
- Pensamento crítico: seus alunos são pessoas sensíveis e racionais com mentes próprias. Então, você deve criar oportunidades para a reflexão crítica para encorajá-los a reexaminar suas crenças e atitudes. Quando você permite que eles classifiquem seus sentimentos e pensamentos e percebam por eles mesmos o que eles precisam mudar ou ajustar, eles estarão mais dispostos a aceitar e absorver a aprendizagem.
Teoria # 3: Aprendizagem Experiencial: Associando à Realidade Para Criar Significado
O filósofo chinês Confúcio disse: “Diga-me, e eu vou esquecer. Mostre-me, e eu posso me lembrar. Envolva-me, e vou entender. ”
Como seres humanos, somos moldados por nossas experiências. Para os adultos, nenhuma teoria de livros didáticos pode tomar o lugar do conhecimento, clareza e sabedoria que vêm da experiência. A Teoria da Aprendizagem Experiencial afirma que a essência da aprendizagem de adultos vem das experiências. Os adultos aprendem melhor quando aprendem fazendo. Quando estão diretamente envolvidos com o “experimentar” – aprender em vez de memorizar números e definições de livros.
David A. Kolb, fundador da teoria, revela a natureza cíclica da aprendizagem experiencial em quatro etapas:
- Experiência concreta: os adultos aprendem melhor quando a experiência de aprendizagem vai além da rotina de “giz e conversa”. Aprendizado cinestésico, incentivando ações físicas (simulações) que evocam fortes respostas emocionais (cenários realistas que revelam relações de causa e efeito) criam experiências poderosas que não são facilmente esquecidas.
- Observação Reflexiva: Os adultos precisam se envolver e refletir sobre suas experiências para obter informações e adquirir conhecimento. Portanto, é fundamental não só criar oportunidades para a aprendizagem baseada na experiência, mas também fornecer tempo e espaço para incentivar a reflexão. Criar oportunidades para “assistir” a ação se desenrolar diante dos olhos (demonstrações) e “analisar” processos e procedimentos (atividades orientadas por cenário, estudos de caso, etc).
- Conceitualidade abstrata: o sucesso da aprendizagem experiencial reside no aprendizado capaz de decodificar conceitos abstratos de suas reflexões, generalizar essas idéias e perceber a relevância para sua realidade. Projetos de avaliação para incentivar os alunos a exercer suas habilidades de “pensamento crítico”, para que eles possam formular conceitos e procedimentos.
- Experimentação ativa: atividades de role-playing, estágios e outras tarefas práticas permitem que os alunos apliquem a aprendizagem e, portanto, verdadeiramente “aprendam fazendo”. A experimentação ativa leva a experiências concretas e o ciclo de aprendizagem experiencial se fecha.
Esta é uma tradução livre, de interpretação pessoal.
Para ler o texto original, acesse: 3 Adult Learning Theories Every E-Learning Designer Must Know
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